Quem me conhece sabe que sou super curiosa, adoro saber das coisas e aprender sempre mais.
Convivi com um muçulmano durante quase um ano e aprendi muito. Inclusive sobre o Jihad.
O Jihad nada mais é do que o conceito essencial do islamismo. Ele pode ser entendido como uma luta, uma guerra, mediante vontade pessoal para buscar e conquistar a fé pessoal. Claro que isso pode ser visto de várias maneiras e interpretado de diversas formas. Mas para mim, o Jihad destes dias tem sido ficar sem beber.
Pode parecer exagero, pode parecer extremismo, mas para mim está sendo uma fase de descobertas, introspecções, força de vontade, comprometimento comigo mesma e, claro, muitas risadas. Afinal não é fácil sentar em um bar, todos bebendo e eu pedir aquela água com gás e um pouco de suco de limão.. Ah como seria bom trocar a água por vodka!
Outro dia resolvi sair, era um domingo a noite que acabou virando girls night-out . Tinha trabalhado durante a tarde toda, depois de passar a manhã brincando de babysitter com meu priminho! Cansada pensei que seria ótimo sair um pouco, conversar..
O lugar onde iriamos estava cheio e acabamos indo para outro. Chegamos, as pessoas estavam tomando Sangria, que eu adoro, mas pedi a água da vez. Então, de repente, não mais do que de repente, o DJ para de tocar e começa uma banda sertaneja… Não tenho preconceitos, mas tenho preferências, e música sertaneja não está entre elas!
Olhei para meu copo, ouvi “Chora, me liga, implora meu beijo de novo” e pensei… Ou eu bebo para isso ficar “tolerável” ou vou embora. A força de vontade foi maior do que a tentação. Levantei, paguei a conta e fui para casa, ouvindo Bruce Springsteen no carro, sem qualquer medo de ser parada pelo policial munido de bafômetro.
Havia vencido uma das primeiras batalhas do meu Jihad pessoal. Sempre pensando que segundo alguns acreditam, se eu morrer durante o Jihad vou direto para o paraíso sem qualquer punição pelos meus pecados!
Alguns dias depois tive um fim de semana de comemorações. Primeiro uma baladinha, fácil de encarar, várias pessoas presentes, ninguém realmente prestando atenção em mim, tudo diluído em muito som, fumaça e doses. Claro que aquele Cosmopolitan em cima do balcão me deixou estática por alguns segundos, mas nada de grave até então.
No dia seguinte houve um almoço para comemorar o aniversário de uma amiga querida. Poucas pessoas, na casa dela.. tudo muito intimista e tudo regado a muitas caipirinhas. Minha estratégia era: coca-cola e nada mais. Quando o garçom me contou que não havia coca-cola normal meu mundo caiu (no melhor estilo Maysa). Pensei.. f$#@%! Mas logo pensei em uma solução.. no melhor estilo AA, fui até a cozinha e pedi ao Barman caipirinhas com água durante todo o evento. Ninguém reparou e se senti muito orgulhosa da minha conquista!
Por enquanto não tenho nenhuma batalha a vista, as tentações aparecem, mas ando me saindo muito bem. Armada de força de vontade espero ó próximo desafio do meu Jihad!
